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2024

Utopia nas Margens da Realidade: Herbert Marcuse, crítico da ideologia
(Silvio Carneiro)
O artigo procura analisar o conceito de utopia como central para a teoria crítica de Herbert Marcuse (1898-1979). Num primeiro momento, trataremos do debate que o autor desenvolve com a posição de Max Horkheimer. No ensaio fundamental «Teoria tradicional e teoria crítica», Horkheimer coloca a importância da utopia para a construção de uma imagem do futuro, mas suspeita das potências utópicas e seus vínculos idealistas. Em «Filosofia e Teoria Crítica» (1937), Marcuse responde a essa posição: a teoria crítica não deve temer a utopia. Ao invés de deixá-la ao futuro incerto, Marcuse lembra que as promessas utó-picas já se oferecem no presente e a isso também deve observar o pensamento crítico. Anos depois (1967), Marcuse reconhece a mudança da perspectiva utópica baseada na sociedade do trabalho. Com a tecnologia, as relações sociais se transformam. Mas isso não significa o que Jürgen Habermas afirmaria: um esgotamento das energias utópi-cas. Afinal, não são poucas as lutas sociais que surgem no período. Assim, as energias utópicas se renovam com Marcuse, recuperando um novo sentido de liberdade e da necessidade que advém dessas lutas.

A crítica a partir da fantasia: um debate entre Horkheimer e Marcuse
(Silvio carneiro)
O artigo analisa a função crítica da fantasia no projeto do Instituto de Pesquisas Sociais a partir do debate presente nas publicações de Horkheimer e Marcuse no ano de 1937. Em “Teoria tradicional e teoria crítica”, Horkheimer lança as bases do debate compreendendo a fantasia como recurso necessário para operar uma imagem do futuro, surgida da compreensão profunda do presente. Em “Filosofia e teoria crítica”, por sua vez, Marcuse aproxima-se da premissa horkheimeana quando afirma que a fantasia preserva no presente o que ainda não está presente como meta. Portanto, a fantasia enquanto operadora crítica associa o presente ao futuro. Investigaremos aqui o sentido aberto desse futuro para cada um desses autores a fim de demonstrar que as diferenças entre os autores sobre a fantasia não são de fundamento, mas de ênfase teórica nas estratégias de suas críticas à ideologia. São perspectivas diferentes, mas complementares. Eis o que o artigo procura compreender.